
A série DNA do Crime, primeira produção policial brasileira da Netflix, acabou de estrear a sua segunda temporada. Criada pelo cineasta Heitor Dhalia, a produção é estrelada por Maeve Jinkings, Rômulo Braga, Thomás Aquino e Pedro Caetano. Os episódios inéditos chegam depois de quase 2 anos da estreia da 1ª temporada.
A série teve sua primeira temporada baseada em um crime que aconteceu em abril de 2017 em Ciudad del Leste, que faz fronteira com Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú, na Argentina. Um grupo formado por 50 pessoas invadiu a sede de uma empresa de transporte de valores e explodiu um cofre, roubando cerca de R$ 125 milhões.
O cofre foi aberto pelo grupo com a ajuda de explosivos e fuzis antiaéreos, e os bandidos faziam parte do Primeiro Comando da Capital, o PCC. O assalto durou mais de três horas e parte da ação pode ser vista em vídeos amadores.
Dessa vez, a história já começa com os dois pés na porta. Sem introdução, no primeiro episódio a série já acompanha Suelen e Benício procurando um suspeito que aparentemente se envolveu com a Quadrilha Fantasma.
A perseguição acontece em um cenário improvável e cheio de gente, um dos pontos fortes desse primeiro episódio. Nesse contexto, o comprometimento dos criadores em trazer uma grande produção já fica evidente, com imagens de drone impactantes e sequências de ação dignas de Hollywood.
A dinâmica entre a dupla de policiais ainda continua bem legal, com ótimas performances de Maeve Jinkings e Rômulo Braga. Outro ponto de destaque da temporada é a história de Sem Alma, interpretado pelo Thomas Aquino, rolando em paralelo à história “principal”. Essa escolha de montagem não nos deixa esquecer do criminoso, que é humanizado a ponto de provocar empatia com a sua história de vida.
Muitos clichês desse tipo de produção estão presentes: ação com grandes explosões, policiais disfarçados, mas que claramente são policiais, palavrões que não soam naturais nos diálogos.
Mas grandes acertos também se mantêm, pelo menos nesses primeiros episódios, como a perspectiva de rastrear os criminosos por meio do DNA e da análise de perfil criminal, aquele método também representado nas séries Criminal Minds e Mindhunter, o “profiling”.
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Novos personagens também foram introduzidos nessa temporada, enriquecendo ainda mais a narrativa e reforçando o papel da fronteira com o Paraguai. Porém, um ponto fraco que continua presente é a interpretação de alguns atores coadjuvantes, que acabam quebrando o clima em diálogos chave.
DNA do Crime tem um enredo que cativa o suficiente para manter o público atento e até ansioso pela resolução. A 2ª temporada, pelo menos os 3 primeiros episódios, reforçam que a série é uma boa aposta da Netflix e, assim como a 1ª, mais uma prova de que o Brasil manda bem quando resolve apostar em grandes produções.
Todos os oito episódios dessa nova temporada já estão disponíveis na Netflix.